A reciclagem em São Paulo é um tema que, se ainda não faz parte do dia a dia da maioria de seus mais de 12 milhões de habitantes, deve passar a fazer o quanto antes. Afinal, essa população é responsável por gerar, em média, 20 mil toneladas de resíduos por dia. Esse volume expressivo de lixo torna a reciclagem fundamental para a garantia da qualidade de vida na cidade.

Mas, em que pese sua importância, a reciclagem em São Paulo ainda enfrenta algumas dificuldades que precisam ser superadas para que o município amadureça sua política de gestão de resíduos. Boa parte da solução desses problemas não depende somente do governo municipal, mas também, sobretudo, da participação da população.

Para saber mais sobre os desafios enfrentados no município e o que é possível fazer para contribuir com a reciclagem em São Paulo, continue com a leitura!

A importância da reciclagem em São Paulo

A reciclagem não é uma preocupação exclusiva das grandes cidades. A Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê que todos os municípios, independentemente de seu porte, elaborem um plano de gestão integrada de resíduos sólidos e apontem metas para redução, reutilização e reciclagem de resíduos.

Entretanto, em cidades grandes como São Paulo, localizada em uma região metropolitana onde se concentram mais de 20 milhões de pessoas, a reciclagem se torna uma questão ainda mais relevante. Assim sendo, negligenciá-la pode afetar negativamente a qualidade de vida de todos.

Os aterros sanitários localizados na cidade de São Paulo não são suficientes para receber todo o volume de resíduos gerados na capital. Parte das 20 mil toneladas geradas diariamente pelos paulistanos são enviadas para aterros localizados na região metropolitana. Ou seja, o município não possui autonomia para a gestão de seus resíduos, o que é sintomático da fragilidade ambiental na qual a metrópole vive.

O caminho para solucionar esse problema e garantir que os aterros sanitários da cidade e da região metropolitana tenham uma vida útil mais durável possível é a redução do volume de lixo gerado. Para diminuir esse montante é preciso, em primeiro lugar, evitar a geração de resíduos e, em segundo, promover a reciclagem em São Paulo.

Além de sua inegável importância ambiental, a reciclagem possui destacada relevância socioeconômica. Ao serem reinseridos no mercado como matéria-prima, os materiais que seriam jogados no lixo se convertem em mercadoria e fonte de renda para as cooperativas de catadores.

Na cidade, existem cerca de 900 catadores registrados, que sustentam suas famílias com o dinheiro proveniente da venda de recicláveis. Para esses trabalhadores, o setor da reciclagem representa uma das poucas oportunidades de inserção no mercado de trabalho. A renda dos catadores está diretamente ligada à quantidade de recicláveis que a população entrega para a coleta seletiva.

As dificuldades da reciclagem na cidade de São Paulo

Em 2014, a prefeitura inaugurou a primeira central de triagem mecanizada de resíduos secos da América Latina e a primeira do mundo voltada para a inclusão socioeconômica dos catadores. Desde então, uma segunda central foi inaugurada na cidade. Juntas, as duas centrais de reciclagem têm capacidade para receber até 12 mil toneladas por mês. Entretanto, atualmente, recebem apenas 4 mil toneladas mensalmente.

O motivo pelo qual essas centrais estão operando abaixo de sua capacidade se deve, em grande parte, à falta de educação ambiental da maior parte da população. Apesar de entenderem a importância da reciclagem, a população nem sempre sabe identificar os materiais que devem ser encaminhados para a coleta seletiva e como fazer a segregação adequada desse material.

Outro fator a ser levado em consideração é a limitação geográfica da coleta seletiva em São Paulo. Os caminhões das concessionárias da prefeitura percorrem 70% das ruas da capital. Por sua vez, os moradores das vias que não são atendidas por esse serviço devem fazer a entrega voluntária dos resíduos em um dos 102 ecopontos da capital.

Alternativas para alavancar a reciclagem em São Paulo

O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de São Paulo, que foi aprovado em 2014, estabeleceu como meta reciclar 10% dos resíduos gerados na cidade. Para que a prefeitura atinja sua meta e alavanque a reciclagem em São Paulo, é importante investir na educação ambiental da população.

Outro ponto que deve ser debatido pela sociedade é a profissionalização dos catadores. Atualmente, esses trabalhadores atuam como cooperados e são remunerados de acordo com os ganhos da cooperativa. Nesse modelo, os catadores ficam sujeitos às oscilações do mercado. Por se tratar de uma população em situação de fragilidade social, as consequências dessas oscilações podem ser devastadoras na vida desses profissionais.

Por exemplo, algumas cooperativas são formadas por ex-moradores de rua. A redução dos ganhos com a reciclagem pode representar o retorno desses trabalhadores para a situação de morador de rua. Enquanto a profissionalização dos catadores não for promovida pelo poder público, o que a sociedade pode fazer para colaborar com esses trabalhadores e com a questão da reciclagem em São Paulo é se comprometer com a separação de recicláveis em casa.

Os condomínios e as empresas privadas, por sua vez, podem investir na coleta seletiva, contratando empresas de coleta como a Translix, que repassam os recicláveis para as cooperativas de catadores cadastradas na AMLURB. Dessa forma, torna-se possível contribuir para uma cidade limpa, ética e com mais oportunidades para todos.

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