Recentemente, uma notícia chamou a atenção nos jornais: o poder público municipal do Rio de Janeiro proibiu o uso dos canudinhos de plástico nos estabelecimentos comerciais da cidade. Parte da população foi pega de surpresa com uma proibição tão específica.

Apesar disso, a ação da prefeitura está alinhada à necessidade de evitar a contaminação do meio ambiente por um inimigo, muitas vezes, invisível: os microplásticos. Hoje em dia, esse tipo de resíduo é umas das mais sérias ameaças ao meio ambiente causadas pela ação humana. O Rio de Janeiro tornou-se a primeira capital brasileira a criar medidas para evitar a geração de microplásticos, e, por lá, a legislação já começou a provocar mudanças.

Mas, não é preciso esperar que instrumentos legais sejam criados para que seu estabelecimento comercial comece a tomar medidas sustentáveis. Para entender melhor os riscos que os microplásticos oferecem ao meio ambiente, siga com a leitura e entenda como seu bar ou restaurante pode colaborar.

O que são microplásticos?

Os microplásticos são minúsculos fragmentos liberados na natureza pelo desgaste de materiais plásticos. Apesar de o plástico demorar centenas de anos para se decompor completamente, ao ser depositado na natureza, com a ação da chuva, do sol e do vento, pedaços desses materiais vão se quebrando, sofrendo rachaduras e, assim, liberando pequenas partículas no meio ambiente. De acordo com critérios adotados pelos pesquisadores, o microplástico é definido como partículas que tenham diâmetro inferior a 5 milímetros.

Quais problemas os microplásticos podem causar ao meio ambiente?

Ao serem liberadas na natureza, essas partículas passam a ser responsáveis por provocar um grave desequilíbrio ambiental. Pela ação do ciclo hidrológico, os microplásticos são levados pela chuva e pelos rios para o oceano, onde são ingeridos por engano por plânctons e pequenos seres vivos.

Conforme esses seres vivos, que estão na base da cadeia alimentar, vão sendo ingeridos por animais maiores, a poluição gerada pelos microplásticos vai se propagando até chegar ao fim da cadeia alimentar: os seres humanos. O problema é grave porque, além de causar obstrução no trato digestivo de animais, o plástico contém substâncias nocivas à saúde, como o bisfenol.

Além da contaminação gerada pelo próprio material, pesquisas desenvolvidas pela Universidade de Osnabrück, na Alemanha, indicam que os microplásticos possuem a capacidade de absorver substâncias tóxicas e poluentes encontradas no fundo do mar, como resíduos de pesticidas, metais pesados, etc.

Essas substâncias são carregadas pelos microplásticos por toda a cadeia alimentar marinha, chegando até o homem. A contaminação por metais pesados, pesticidas e outros poluentes pode causar diversos distúrbios ao organismo humano, como problemas neurológicos graves.

O que os bares e restaurantes têm a ver com isso?

A conscientização sobre a ameaça gerada pelos microplásticos é muito importante para qualquer cidadão. Entretanto, estabelecimentos comerciais, sobretudo aqueles abertos ao público, podem desempenhar um papel relevante nesse processo.

A adoção de hábitos sustentáveis pelos estabelecimentos comerciais é uma forma eficiente de conscientização da população e do incentivo à adoção de novos hábitos. Logo, incentivar clientes a utilizar sacolas retornáveis e copos e canudinhos reutilizáveis é uma maneira de colaborar com a consolidação de uma cultura sustentável.

Como posso evitar a geração de microplásticos?

Para evitar a liberação de microplásticos, é necessário realizar o descarte correto de resíduos plásticos. Isso significa zelar para que os resíduos sejam bem-acondicionados e encaminhados para aterros sanitários legalizados. Isso evita que esses materiais sejam depositados em lixões ao ar livre, nos quais a perda de materiais pela ação do vento é facilitada.

Porém, além do cuidado com o descarte, é necessário repensar os produtos utilizados no estabelecimento comercial. Evite tanto o uso de materiais plásticos, sobretudo aqueles leves e fáceis de serem perdidos no processo de coleta e aterramento, como produtos de limpeza e higiene que contenham microplástico em sua composição, como sabonetes esfoliantes.

Banir o canudinho de plástico faz mesmo diferença?

Os canudinhos de plástico representam cerca de 4% de todo o lixo plástico do mundo. Um percentual extremamente alto para um produto cujo tempo de utilização é de poucos minutos e que, na natureza, poderá levar até 1.000 anos para se decompor.

Portanto, a exclusão desse tipo de material de seu estabelecimento pode fazer muita diferença na preservação do meio ambiente e da vida marinha. Existem outras opções para substituir o canudinho de plástico, como os canudos biodegradáveis de papel ou, simplesmente, não utilizar nenhum tipo de canudo.

Essas mudanças são importantes porque permitem que repensemos nossos hábitos de consumo e alerta os clientes para a relevância da sustentabilidade. Mudanças pequenas, como abrir mão do uso de um canudinho, podem gerar uma grande transformação na forma como nos relacionamentos com o planeta.

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